Porque
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia de Mello Breyner Andressen
Porque hoje é dia de Portugal e Portugal são os portugueses. São pessoas de carne e osso, são o sangue que lhes corre pelas veias e que lhes permitiu um dia descobrir o mundo. Gente de um país belo mas cansado e afundado na desgraça que quase lhe faz sumir a glória de outros tempos.
Porque Portugal é a gente que lhe dá o bom nome, antes de enaltecer a terra, melhor enaltecer a força, a perspicácia e o talento das pessoas.
Sophia de Mello Breyner. Mais do que poeta, mulher. Só por sê-lo e bem, merece reconhecimento.
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